O crosslinking é um procedimento oftalmológico que tem ganhado destaque nos últimos anos, especialmente no tratamento do ceratocone. Se você está curioso sobre esse procedimento inovador, este artigo fornecerá uma visão abrangente do que é o crosslinking, como funciona e para quem é recomendado, ou seja, tudo sobre o crosslinking corneano.
O ceratocone é uma doença onde a córnea, essa parte transparente que cobre o colorido do olho, é acometida. Ela sofre uma deformação progressiva, tendo sua resistência e elasticidade alteradas, deixando-a mais fina e com formato cônico. Essa patologia pode levar ao desenvolvimento de altos graus de astigmatismo e miopia e à medida que progride e avança compromete a visão do ok paciente.
Tudo sobre o crosslinking: Qual o objetivo do crosslinking corneano?
O objetivo é deixar a córnea mais resistente, e assim, aumentar sua estabilidade. O procedimento evita ao máximo a necessidade de um transplante de córnea pois retarda a progressão do ceratocone e frequentemente pode estagná-lo.
Tudo sobre o crosslinking: Como é feito?
Ele é realizado no centro cirúrgico, mas é um procedimento minimamente invasivo sendo necessário apenas tópica (colírio anestésico).
A técnica consiste na remoção de epitélio corneano (camada mais superficial da córnea) seguido da aplicação de riboflavina (vitamina B2) e posteriormente, é ativado por um feixe de luz ultravioleta. Isso vai estimular a contração e a união das fibras de colágeno, aumentando a resistência da córnea e reforçando sua estrutura.
Tudo sobre o crosslinking: recuperação
Finalizado o procedimento é colocado uma lente de contato terapêutica que vai ajudar na cicatrização do epitélio corneano. Até a retirada dessa lente, que é por volta do sétimo dia pós cirúrgico o paciente pode sentir um desconforto como lacrimejamento, ardência, e sensibilidade a luz. Além da lente terapêutica, o paciente vai utilizar colírios especifico para o pós cirúrgico por 1 mês.
Recomenda-se evitar exposição à luz solar intensa e quando exposto, usar óculos escuros durante pelo menos os seis primeiros meses.
Logo depois da cirurgia, a visão fica um pouco embaçada, mas esse embaçamento vai melhorando gradualmente. Com cerda de 10 dias há uma melhora importante e com 30 dias a visão já volta ao normal. Mas vale lembrar, que devido as mudanças do colágeno corneano é possível uma flutuação na visão nos 6 primeiros meses da cirurgia.
Em alguns casos, os pacientes experimentam uma pequena melhora na visão, ainda que esse não seja o objetivo do procedimento.
Tudo sobre o crosslinking: duração
A duração do procedimento pode variar de 20 a 40 minutos, depois o paciente recebe alta e não é necessário internação, repouso absoluto ou jejum. No procedimento o paciente não sente dor.
Tudo sobre o crosslinking: indicação
O ideal é realizar o crosslinking já em casos iniciais para evitar que ele progrida para o grau moderado ou avançado. Entretanto, em qualquer estágio de evolução ele pode ser realizado, salvo nas situações abaixo:
Espessura corneana menor que 400 micra, pois pode atingir o endotélio, a parte interna na córnea.
Curvaturas maiores que 70 dioptrias.
Córneas com cicatrizes centrais e que comprometam a visão do paciente.
Não pode ser realizado em gestantes.
Tudo sobre o crosslinking: quais cuidados tomar depois da cirurgia?
Não é necessário acordar a noite para pingar os colírios, mas assim que acordar, come pingar conforma a receita.
Se bater o horário de um colírio com o outro de um intervalo de 10 minutos.
Não é indicado realizar esporte de contato e entrar no mar ou piscina no primeiro mês.
É importante o uso de óculos de sol quando exposto a luz solar.
Atividades como: ler, escrever e assistir à televisão não atrapalham na recuperação da cirurgia.
Evite passar a mão nos olhos
É também importante permanecer longe de áreas com muita poeira, ar condicionado ou ventilador, fumaça ou com vapores químicos, que podem causar irritação ocular.
Durante o banho você pode lavar o rosto e deixar a água escorrer no local operado, mas mantendo sempre os olhos fechados.
Tudo sobre o crosslinking: quais os resultados da cirurgia?
Embora algumas pessoas acreditem que o crosslinking possa reverter a doença, este não é o objetivo do procedimento. Entretanto, os resultados mostram que em geral, é possível estagnar ou reduzir bastante o avanço do ceratocone. Mesmo não sendo a intenção do crosslinking, é possível verificar que em 25% dos pacientes que se submeteram ao procedimento tiveram evolução na capacidade visual ou seja, melhora da acuidade visual.
Estágio leve ou moderado são os que mais se beneficiam com o procedimento, mas até mesmo em estágios avançados o procedimento é capaz de trazer bons resultados.
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